[Hoshikuzu Gakuen] Control Bridge

A zona mais importante de todo navio, onde os sistemas informáticos e mecânicos são geridos por um grupo de técnicos altamente qualificados para tripular um navio desta envergadura. É também onde o diretor, Aikuro Minami, passa a maior parte do tempo. É um local expressamente interdito aos adultos.

Não devíamos fazer isso. Deves estar bêbado, nya.

Foi a taça de vinho na minha mão que denunciou? - perguntou Jack Seward com a expressão estranha, enquanto subia nas indicações da sala de comando que Azaka lhe havia concedido. Avançava, até onde Azaka sabia, na famosa Spirit Form, e ela apenas o enxergava como um emaranhado bizarro de sombras... Mais sentia sua presença do que o via. - É aqui? - o Servant indagou diante da porta.

Azaka suspirou. Aqui se fazia porcaria, aqui se pagava.

Sim, nya.

Com licença. - e Caster bateu na porta de ferro, enquanto as vívidas sombras recuavam e sua presença se tornava física, palpável e audível para todos. - Perdão? Gostaria de falar com o reitor a respeito das vagas de professores! - chamou.

Deves ser ótimo com crianças.

Sim, e também com molho Barbecue. Um lobo provou certa vez. Delicioso, aparentemente. Sir Aikuro!

Finalmente o ilusionista tinha encontrado o que procurava, a sala de controlo do veículo. Sorriu ao ver a enorme porta, devido à importância daquele lugar, não deixariam qualquer um passar. O pequeno rapaz sorriu e deixou o seu corpo ser coberto por uma densa névoa, poucos segundos depois o seu corpo estava invísivel graças as habilidades das suas ilusões, o seu anel impedia que alguém naquela nave sentisse a sua energia. Com cautela, observou os dois rapazes que se aproximavam da sala de controlo. Decidiu seguir-lhes.

Dentro da ponte de controlo, um homem olhava nervosamente para todas as câmaras de segurança, tendando não perder o rasto daqueles que vinham ter com ele. Ele ligou as luzes, esperando ver algo no corredor ao pé da entrada para os seus aposentos.
Nada por enquanto, mas sentia que estavam próximos. O suor na sua testa acumulava-se, caindo uma gota por cima do seu tablet. Foi nesse momento que algo começou a bater à porta.

"CARALHO QUÉ CUNHO?!" exclamou ele enquanto atirou o tablet para longe, sendo logo chamado por um dos técnicos da ponte de controlo, "Huh senhor, talvez seja melhor parar um bocadinho com o Five Nights at Freddies, é que parece que está alguém a chamar por si."

Passando das imagens das câmaras do jogo para as do navio, Aikuro pôde ver Azaka acompanhada de um jovem de ar meio estranho, talvez pela sua expressão. Depois de verificar por hábito se não havia nada a "interferir" com as imagens(1) com os sistemas habituais, chegou-se ao intercomunicador.


"Oiiii Azaka-chan... quem é o muchacho?!"



(1) Normalmente ilusões cagadas seriam despistadas, mas well ao nível do Alfonso ainda por cima com o anel não funciona.

Ohayo, Aikuro-sama. Este é, nya... - olhou nervosa para Caster, que apenas lhe retribuiu um olhar calmo e a sobrancelha um pouco erguida. Parecia, ao menos parecia, um rapaz racional. - Este é Jack Seward, um homem que conheci recentemente e que mostrou interesse na vaga de professor na Hoshikuzu Gakuen, nya.

Faço de meu prazer lhe conhecer, Sir Aikuro. - o rapaz disse com calma, e fez uma mensura diante do que distinguiu por uma câmera, com postura e formalidade tão perfeitas que Azaka não sabia dizer se ele tinha exímia prática ou era apenas educado em demasia. Não apenas isso, a forma como se referia ao Minami não mostrava familiaridade com honoríficos mais comuns a ela... Era um rapaz arcaico apesar da aparente idade.

Em termos técnicos, nya, este gajo pode ter vinte e quatro milênios no mínimo, nya... - pensou, em dúvida.

"Oh... acho que não temos vagas agora, mas pode ser que se faça uma entrevista. Pode ser que ser que dê para dar Educação Sexual já que os professores tão sempre a recusar-se a dar isso."

Depois de ajeitar o cabelo para trás, "Hildalgo" dirigiu-se à porta. "Hmmmm Buenas tardes.", disse ele enquanto abriu a porta no seu modo espanhol, "Façam el favor de entrar" convidou ele.

Um sorriso nasceu nos lábios de Alphonse com a aparição de Aikuro. Como se nada fosse, caminhou por entre Caster e Kohaku mantendo o seu corpo invisivel, caminhou com o mesmo sorriso vitorioso na direcção do Minami. Parou em frente ao superior da nave, agora detinha o rosto sério e os seus olhos estavam vagos, transmitiam a sua intenssão assassína. Ergueu uma das suas mãos calmamente, nela foi criado uma longa espada de chamas azuis, esta também estava coberta pelas habilidades místicas do Sasagawa.

Um movimento rápido da parte de Alphonse. A sua arma tencionava trespassar o coração de Aikuro, selando a sua vida. Caso a tentativa de homicídio resultasse, Alphonse continuaria a andar como se nada fosse, adentrando na sala de controlo.

Grato pela sua aceitação. - disse Caster com a mesma formalidade que sempre demonstrou, mas, conforme a tarde avançava, Azaka começava a suspeitar que aquela educação toda advinha de prática e que, mesmo que se mantivesse sofisticado, em outras situações, ele se portaria diferente.

Azaka certamente não gostava de Aikuro... Já previa que tipo de porcaria ocorreria.

Eu comentei que era melhor que Caster não o incomodasse, mas, conhecendo Aikuro-sama, quem vai ser incomodado seremos nós. - pensou, e não queria ser parte daquilo. Azaka suspirou e sorriu. - Agradeço o convite, nya, mas uma entrevista de emprego deveria ser feita a sós, nya. Jack, voltarei aos meus aposentos, nya.

Fique, Kokutou Azaka. - insistiu Caster. - Preciso de referências.

... Bem, ela estava fodida. Suspirou e aceitou, adentrando com seu companheiro.

Sir Aikuro, Azaka não especificou quanto aos professores e as vagas, mas tenho certeza que podemos entrar em acordo. Embora Educação Sexual não seja a área que tinha em mente para lecionar, não tenho pudores de o fazer se necessário. Na verdade, eu pretendia dar dupla função de educar a respeito de Magecraft e Filosofia. - assegurou o Servant, conforme caminhava. Era uma sala estranha e tecnológica, o que não o deixava de todo confortável, mas que o fosse, então.

Um som agudo parecido com um grito ecoou pela sala de controlo. A fonte era o tablet de Aikuro, que negligenciando o jogo, tinha acabado por levar a um gameover que implicava um susto para o jogador, evidenciado que o seu avatar tinha sido apanhado por animatrónicas sedentas de sangue.

"Qué... cunho..."



O seu peito, perfurado como que por uma espada. A sensação era de calor, como se a espada invisível estivesse em chamas. "Minami-dono?", um dos técnicos estava meio a olhar para as visitas quando viu o respigar de sangue repentino e os sons do reitor com sangue na boca.

Por instinto, e também por pânico. Foi logo acionado o mecanismo de emergência principal do navio. A porta que separava Aikuro de Caster e Azaka logo se fechou automaticamente, mas não sem que Aikuro olhasse uma últimavez para os dois nos olhos, como que a perguntar, "Porquê?"

Um alarme soou em todo o navio, indicando o nível de emergência mais alto, invocando uma evacuação imediata. Neste momento os técnicos temiam pelas suas vidas, apesar dos dois suspeitos estaram separados deles por uma porta resistente. Um deles já começava a digitar o 112 de Fuyuki, para o caso do alarme geral não ser o suficiente para fazer a polícia de Fuyuki chegar ao local e tentar conter os suspeitos se eles iniciassem um ataque.

- Rapaz, o que pensas que estás a fazer? - Shishou parecia um pouco revoltado na mente de Alphonse.

- A energia de Sheena deve permanecer bastante tempo em mim, visto que ainda consegues falar. Já te tornas aborrecido Shishou. - fez uma pequena pausa enquanto observava o pânico que se gerava na sala - O clã Sapporo possuía muitos assassínos como membros. Qual é o espanto?


- O clã Sapporo sempre lutou por causas nobres. Que razões levaram-te a retirar a vida desse indíviduo?



- Eu sou um seguidor de Hades caso não te esqueças. O Deus do Submundo deu-me ordens explicitas, observar os movimentos de Minami Josuke e o seu grupo. Já existem dois cavaleiros de Athena nesta escola. - começou a caminhar pela sala de controlo, parando em frente aos controlos que dariam acesso à nave. Olhou o vidro em frente, observando o céu limpo da vila - Estava na altura de tirar este grupinho do caminho, antes que acabem todos com um fim miserável. Serei eu quem irá por fim a tudo.

Mantendo o seu corpo invisível, fez o seu olho direito ficar vermelho, ativando os seis caminhos da reencarnação. O caminho de Asura. Diferentemente das outras vezes, nesta não apareceu um demónio completo, apenas um dos seus braços, também coberto pela invisibilidade das ilusões. Num movimento rápido, o braço do demónio partiu o vidro em frente aos comandos. O vento adentrou pela enorme nave.

- Recolhi a informação de todos os membros principais. Provavelmente acabei com as esperança do líder deles. - suspirou e começou a voar, abandonando o veículo - Sim, cumpri as tarefas todas.

...

...

O silêncio brutal caiu entre ambos, que apenas fitavam a enorme porta metálica lacrada. Levou algum tempo para que Azaka se apercebesse do suor frio que escorria pelo seu rosto, em contraste com o respingo de sangue quente que lhe condecorava as vestes. Havia dois tipos de pânico a correr dentro dela, um da rapariga inocente que foi testemunha de um brutal assassinato cuja ocorrência foi surreal e indecifrável, que ressoava com o tremor em suas pernas, que conspiravam para contrair e levar a jovem a beijar o solo. O outro era o desespero da melancolia que se apossava dela nos últimos tempos, que lhe hipnotizava e conduzia a ponderar, que pintava as paredes ao seu redor de cinza, não lhe permitia distinguir as cores, e que tornava o ar cada vez mais palpável, sufocante. O mundo começara a girar.

Olhou para Caster com cautela, que lhe respondeu um olhar seco.

Aikuro-sama… Nya… Caster, foste…?

Não me lembro de tê-lo feito, mas também, da forma que bebo, é uma surpresa que me lembre de ter descido as escadas. – a calma de Caster não provia do desespero, mas sim de longa experiência. - Foste?

Não, nya… Não tinha nada em particular contra Aikuro-sama, nya.

Ambos começaram a ter percepção dos seus arredores.

Eles estão trancados lá dentro. – comentou Caster, que ouvia os sons nervosos dos técnicos.

O que faremos?

Ambos, sem resposta, sentaram-se em conjunto no chão, costas contra a parede. Decidiram por não fazer nada, em pura forma trágica.

Achas que vão nos prender, nya?

Talvez. Não sei. Não ligo. Vou querer conhecer as prisões modernas. – ele disse, com genuíno interesse.

Já foste preso, nya?

Passei metade da minha vida trancado num calabouço, e outra metade trancado nesta sociedade de imbecis. – foi o que ele respondeu. Lançou um olhar para ela. - Já foste presa?

Não, nya. Eu quero muito conhecer uma prisão, nya, mas não desta forma.

K, acalme-se, kay? (1) – disse Caster, enquanto amos esperavam... Entediados. O choque ainda estava longe de passar.

Spoiler:

Os guardas não tinham como saber se Azaka e Caster tinham sido afetados pela presença de armas. Os dois jovens, que pareciam operar com uma única mente, lançaram um olhar para aqueles que os cercavam e trocaram olhares entre si. O Servant suspirou e decidiu responder em nome da dupla.

Acho que nós somos os principais suspeitos, Sir. Não, foda-se, não Sir. - ele mudou abrupto, surpreendendo Azaka. O rapaz recomeçou, assumindo um novo honorífico, muito mais sarcástico: - Acho que nós somos os principais suspeitos, my mate (1) - ele disse. - De suspeitos iríamos para culpados se tentássemos correr da cena do crime, não? - ele falou com casualidade, como se nada estivesse acontecendo.

Spoiler:

Caster e Azaka aceitaram serem algemados e terem suas capacidade místicas seladas sem reclamar ou revoltar, obedeceram tudo com tamanha calma que atitudes como puxá-los não eram necessárias, eles seguiriam os policiais para onde fossem. Transmitiam tamanha paz que parecia anormal. Kokutou Azaka lançou um olhar para o Servant, e constatou que... Ele estava pensando. Ele estava pensando em algo, mas era evidente para todos que não era uma fuga. Era algo além disso, que ele se recusava a compartilhar.

Mais ninguém entrava naquela sala desde o fatídico dia que tinha mudado talvez sem reparação possível a vida na Stardust. Isto é tirando os investigadores do Concelho, que não tinham concluído quase nada de relevante para além do que era possível ver à partida.

Tinha sido tudo limpo entretanto, e para Kohaku era díficil acreditar que havia ocorrido tamanha barbaridade lá dentro, isto porque Kohaku não tinha chegado a ver a cena do crime intocada.

Escolheu um sítio, onde começou a desenhar com o dedo no chão as mesmas runas que tinha feito na Gold Room, começando a colocar energia naquele Círculo Mágico que começava a procurar contacto com o primeiro sigilo.

"Miya-chan, o cristal."

Ao entrar Miya sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Não sabia do que estava a espera de ver, porque claro que iriam limpar a sala.

Estava organizada e funcional como sempre, no entanto todos os monitores estavam desligados, todos os controlos estavam também desligados.... O Navio não saíra do sítio desde o ocorrido e por bons tempos iria permanecer ali.

Kohaku, com poucas palavras começou então a desenhar as runas. Chegando a altura em que Miya entrava, deu um passo em frente (sem pisar as runas) e estendeu os seus braços com a runa nas mãos. Correra bem da primeira vez, mas teria que se manter concentrada igualmente porque nada podia correr mal.

Com calma, Kohaku continuava o processo, fluindo a sua energia pelo cristal e pelas runas, o que criava raízes que enraizavam o sistema no chão, começando a difundir prana. Assim conectou-se à difusão do cristal no outro lugar, ficando assim o Bounded Field ainda maior, ocupando quase dois terços do navio.

Kohaku respirava ofegante. Tudo aquilo estava-lhe a custar uma grande quantidade de concentração e energia, mas agora só faltava mais um sígilo para acabar.

"Bem... agora estava a pensar esconder o último num canto do ginásio. Não é um sítio muito privado, mas ao menos ficamos com pelo menos um sítio aberto em que o Field é mais intenso."

-O ginásio?... - ficou pensativa por momentos - Não será arriscado colocar o sigilo num sitio em que se possa ver? Os próprios alunos poderiam ter curiosidade e acabar por fazer asneira...

-De qualquer forma, acho que pudemos resolver isso. Vamos.

"Não à muito que possam fazer porque só a Associação de Estudantes tem acesso ao." dizia Kohaku por baixo das bancadas onde estava a tentar meter o sigilo. "Como este é apenas um de três sigilos, mesmo que seja destruído não implica que o Bounded Field se vaia abaixo, podes até pensar como uma espécie de isco para saber se alguém tenciona atacar-nos.
Além disso, os efeitos de potenciador e tal ficam mais fortes quanto mais perto do sigilo, e este sítio é onde seria o ideal qualquer combate ser dirigido devido a ter as paredes mais resistentes do navio."