[Numero 2] Floresta dos Dragões

As sombras moviam na floresta. Podia se perceber por todos os lados a constante sensação de perdição, desde a grama nos pés até o vento que soprava como um agouro, implorando aos dois viajantes que partissem daquele solo antes que se tornassem parte dele. No entanto, não parecia que nenhuma besta ou assombração tinha coragem de lhes enfrentar, até o momento.

Verm, que farejava para proteger seu dono, poderia sentir leves vibrações no ar e na presença... Um negro e corrosivo perfume no ar, algo que poderia facilmente fazer as gargantas arderem e os olhos lacrimejarem a menor dose, e destruir o sistema imunológico em outro caso. Mas como? Sabia bem que os pântanos venenosos da ilha estavam próximos, mas a este ponto?

E então, veio. Veio uma quantidade quase absurda de veneno, uma que se mostrava bem no ar em cores vermelhas escuras como se fosse místico... Mas por quê? Por que tão distante de seu lar? Fosse como fosse, uma lufada violenta daquele gás vinha para eles, para matá-los sorrateira e calmamente.

Houve nenhuma resposta certeira. O silêncio predominou depois de Kazuma se manifestar, como se gozasse do rapaz, e, logo mais, pareceu se decidir e responder com outra camada de veneno agitada, voando em direção a eles. O que causava este tumor, e porque o veneno estava logo ali tão distante dos pântanos?

Uma sombra que atravessou através da neblina negra respondia a pergunta. Embora estivesse oculta no vermelho e negro, cautelosa para não chamar atenção, havia um pequeno e ágil dragão, de corpo azul como safira e forte couraça, que avançava violentamente. Seu objetivo parecia ser emergir do tóxico e surpreender Kazuma, que não deveria ver através da névoa, e Verm, que não deveria sentir o aroma da criatura sob o veneno. Iria o Hiraga achar alguma forma de identificar o ataque na fumaça, ou seria golpeado?

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Ascendeu. O pequeno e curvo dragão, de estrutura elegante e delicada, emergiu da nuvem venenosa que era dilacerada pelo canhão de labaredas, encobrindo a visão da lua com sua frágil sombra, mergulhando logo em seguida e, de forma bombardeira, cuspindo pequenas esferas de energia azul, que formavam uma linha. Ao invés de optar pela qualidade, aproveitava de sua vasta velocidade para ter uma quantidade, mesmo que não ferindo Kazuma, o cercando, para logo depois afundar com uma verdadeira e poderosa esfera de poder, de forma a lhe exterminar assim que deixasse de desviar.

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Afinal o dragão tinha alguém que rivalizasse com sua velocidade. Aliás, cruzava com uma criatura que se convertia em ente. Para seu choque, o indivíduo feroz atingiu tal velocidade que logo estava pronto para retalhá-lo. Em nada a fera se acovardou, parecia tão espiritual e vigorosa quanto o Hiraga. Ao invés de disparar em erro, o dragão veloz fechou sua boca com o ataque de energia por ali, resultando numa explosão. Deve ter sido um plano reserva, visto que aquilo a deixaria incapacitada de lutar, mas também evitava o ataque mortífero, preservando sua vida, e, além do mais, feriria o inimigo com a surpresa.

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O dragão, que levara com o próprio poder, jazia não muito a frente dos oponentes, respirando com dificuldade e de olhos fechados. Obviamente não estava morto e nem postava ameaça a eles, em sua inconsciência. Mas isso também significaria que não tirariam informações dele, e que tudo que restava era prosseguir.

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