[Geofront] Balneários

Após receber a aprovação de Jean, Komaeda Makoto levou-o para os balneáreos, dirigindo-se para uma secção onde havia uma porta que passava despercebida aos olhares mais distraídos.


"Hum... vamos ver se isto está vazio..." abriu um bocadinho, espreitando para dentro por três segundos até abrir a porta toda. "De qualquer das formas as pessoas aqui mal usam isto porque estão sempre muito ocupadas, penso eu..."

Do outro lado da porta estava um Jacuzzi pronto a ser usando. "Isto não é uma fonte termal como as de Fuyuki ou Konoha, mas é espectacular termos aqui um lugar para poder relaxar." comentou ele, enquanto começava a tirar o seu casaco.

"Além disso. Aqui não tem câmaras, porque a humidade não é muito amiga disso. Podemos estar completamente à vontade."

"Ora essa... Não precisas de ficar tenso. Isto é grande o suficiente para não teres de ficar frente a mim." disse Komaeda, enquanto se enfiava para dentro da água borbulhante depois de ter tirado tudo exepto a roupa interior "Peço desculpa por não ser a Kaitlyn-chan, mas também não penso que ela seja o tipo de pessoa que convide um rapaz para um Jacuzzi."

Komaeda estava imerso até ao pescoço, fechando os olhos apreciando a sensação da água. Os seus cabelos brancos meio esverdeados ensopavam-se, ficando mais caídos. "Além disso queria te fazer perguntas, e aqui é que conseguimos estar à vontade. Lembra-te, isto aqui é húmido." referiu ele por último, como que tentando relembrar algo a Jean.

"Hummmmm..." por momentos Komaeda quase se distraia com o relaxamento que a água quente lhe dava. Parecia como se fosse a primeira vez que entrava num Jacuzzi. "Porque achas que os humanos são tão separados uns dos outros?"

"Pois é, humanos têm os seus próprios objectivos, desejos e prazeres. Por outro lado alguma vez reparaste como animais quase que parecem partilhar memórias entre si? Algumas pessoas chamam isso de instinto, outros falam em memórias do seu próprio genoma. Ah sim, acho que me lembro de ouvir dizer que aquelas lulas que invadiram Fuyuki à uns tempos eram como um ser único, todos seguindo a mesma mentalidade de colmeia." foi comentando Komaeda.

"Heh... eu não sei. Humanos são como várias rodas dentadas de diferentes tamanhos e feitios, ter todos a trabalhar em sintonia é uma utopia. Hás vezes é preciso meter as rodas noutros lados onde possam encontrar um sentimento de propósito, outras irão sempre emperrar e acabar um dia por se desfazer."

Makoto então levou o braço para cima da borda do Jacuzzi. "Jean-kun... Como te sentes quando te consegues aproximar de alguém? Alguma vez te sentiste como se estivesses a baixar as tuas defesas para te juntar a alguém?"

"Hum... lembras-te de quando combateste contra o Colosso, e os dois AT-Fields se anularam. Nesse momento ambos estavam vulneráveis a um ataque." explicou Komaeda.
"Isto é como quando as pessoas baixam as suas defesas umas para as outras, depois quando vêem as facadas por trás, doem mais. Não é interessante pensar nas coisas neste prisma?"

Enquanto isso, o rapaz levava as duas mãos ao cabelo, tentando apanhar-lo atrás da sua cabeça. Nesse momento parecia mais óbvio a quem é que Komaeda Makoto parecia. Aquela face, aqueles cabelos levemente esverdeados, aquele jeito meio místico de ser. Só havia uma pessoa que Jean conhecia assim.

:

"Oh, é aborrecido que não estejamos na mesma página." confessou Makoto desiludido. "Tinha esperança que conseguisses entender, mas talvez não estás pronto." falou ele cripticamente, olhando Jean nos olhos

"Passa-se alguma coisa, Jean-kun?" perguntou ele, como que percebendo que algo estava a ocorrer a Jean.

"Oh, talvez seja do calor que faz aqui. Afinal de contas já estamos aqui à algum tempo."
Komaeda então acabou por se levantar, lentamente saindo do jacuzzi para pegar numa toalha.

"Então? Achas que já chegaste a alguma conclusão desde que estás aqui?" perguntou já de toalha a envolver-lhe a cintura, perto da porta que ia dar para os balneários.

"Hum ok. A gente vai-se vendo por aí então." disse Komaeda por fim, indo-se embora assim que se acabara de vestir. Era incerto onde ele ele estava a viver, mas Jean não o veria mais pelo menos por agora.